quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O sentido das coisas e o sofrimento consciente

No mundo físico, a importância das coisas não é hierarquizada. O que torna valiosa a água é o facto dela ser essêncial para a sobrevivência do ser humano. O que torna valioso o ouro é o valor que o humano lhe deu, devido à sua quantidade. Se ele vos perguntar quem era Ghandhi, por exemplo, a resposta obtida não vai ser uma descrição de Ghandhi no mundo fisico. No mundo fisico são todos praticamente iguais. A resposta vai ser a ideia que a pessoa tem de Ghandhi. Resumindo, vivemos num mundo em que tudo são ideias. Um piano é algo inútil para quem o não sabe tocar, mas algo essêncial e de uma importância extrema para quem o saiba tocar.
Se nos apercebermos que a nossa interacção com as coisas do dia-a-dia é baseada na representação mental que temos sobre elas e o sentido que lhes damos podemos analisar o sofrimento consciente. O sofrimento consciente, é um sofrimento não-físico, ou pelo menos, mais psicológico que físico. O sofrimento consciente depende então do sentido que lhe damos.Depende da importância que lhe damos.
Ele apercebeu-se que não sofre, que nada sofre em si. Sofre com uma ideia de sofrimento e se através de treino e higiene mental eliminarmos esta ideia de sofrimento conseguimos destruir a maior parte dos sofrimentos e minimazar os maiores.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A vida tornar-se-á uma aparente realidade, uma aparente ilusão.

Ele acorda, não fala, fica sozinho queimando o mundo com o seu olhar. Desmaia outra vez, não sabe como chegar a casa, pior não sabe onde é a sua casa, assim fica aconchegado na sua mente prestes a colapsar. Quem tem razão? A mente ou coração? Razão proveniente da verdade, esta última, fugida do mundo mas internacionalmente procurada… Como procuro eu o que não existe? Chama-me louco, chama-lhe louco, mas ao chamar-me tu sabes que a verdade foi morta pelas diferentes perspectivas da vida. Não lhe chames louco! Ele apenas não se sente bem, faz bem voar, o perigo é manter os pés na Terra. Cheia de pessoas, cheia de maldades, vazias de tudo o que devia estar cheio. Não acordes, no teu pior estado a tua mente não tem outra opção senão ser tua amiga, para isso, tens que lutar pela sua confiança. Agora caminha, à espera de encontrar o nada, a dita solução de tudo. Ama-te não deixes que sejam os outros a amar-te e ele continua sem saber como voltar para casa.
Olha para o lado, não consegue abrir os olhos, também não consegue dormir. Só te pede para tu brilhares na tua beleza final, porque essa beleza alimenta a minha felicidade, e a tua recordação torná-la-á eterna. Lá vai ele outra vez, de olhos fechados, percorrer o caminho que ninguém percorreu, o frio que não pára, o calor que nunca aqueceu nada para além da nossa percepção… Ele não sabe o seu destino (aquele que não existe), só sabe que mudará o mundo, sozinho, acompanhado por ladrões desprezados pela pátria. Chegou, ao destino( ao que não existe), é um buraco, defronta-se à sua frente. Puxa-o para baixo e projecta-o para cima com toda a força e cospe-o para o inferno, quente, frio, um local de festa? Aí ele disse que era um viajante diferente dos sedentários terráqueos, o seu objectivo era não ter nada, estar tão cheio dentro de si que está saturado cá fora. A sua alma, rica em poder que ele poderia aplicar a quem quisesse. Um poder fortíssimo que requeria uma grande responsabilidade. Lá estava ele, outra vez continuando sem saber onde está e, logicamente, sem saber onde é a sua casa.
Finalmente saiu do inferno, por ter tudo dentro de si, ninguém lhe consegue tirar o que está dentro dele, os seus pecados não irão sair, e assim continuará o seu caminho. Chama-se a isso, meus caros, o reconhecimento do mal, a profunda pureza. Viu uma fogueira, deu aos 40 ladrões licença para dançarem, dançaram pelo amor, pela vida, liberdade, que por sua vez já devia ter existido há alguns anos, se calhar já existia, só agora é que ele a sentia. E foi aí que ele a viu e desfez-se em penas prestes a voar para outro mundo, viu um mundo nos olhos dela, sorriu, olhou para a fogueira, está linda, cheia de cores, emoções, espelhos, ladrões, sensações, o abstracto da vida. Aí ele não podia ficar calado toda a vida recusou a conformidade, revoltou-se, agora era a altura de falar, abriu a boca e saltou-lhe o coração e caiu no chão… eles os dois olharam para ele. Os ladrões podiam-no ter roubado, mas os assumidamente ladrões são os mais honestos. Ele sentou-se a olhar para a fogueira, sim, o amor é uma dependência que provém da vontade desconhecida. Agora sim sabe onde é a sua casa, com a sua respiração ainda intensa, sorri, e cai nos braços do universo.
AGORA SENTE A TERRA, DESLIGA-TE DO MUNDO

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A nova democracia


A politica sempre foi fundamental para a evolução da sociedade e do Homem. O mundo viveu a monarquia, república, comunismo, fascismo, etc. O sistema politico mundial
predominante é a democracia. Esta politica do povo foi apelidada como “ a forma
mais justa de politica que o mundo conheceu”. Esta frase sempre me intrigou, é
para mim um desafio, criar algo mais justo. Tentei pensar sobre algo mais justo
e independente que não originasse uma discussão sobre a anarquia, que depois
gerava uma discussão sobre a existência de uma sociedade sem circulação
monetária. E no fim claro, o famoso debate sobre utopias que eu não pretendo
ter para já.
Feita a introdução, imaginemos agora uma nova democracia. Esta última possui um estado que é absolutamente igual ao que temos hoje, em termos gerais, mas com uma pequena diferença. Este estado possui um centro de debate diário, que é constituído por filósofos, economistas, políticos, cidadãos que partilham todo o tipo de visões
e opiniões. Este centro ia substituir o governo. Todos os problemas dos país
iam ser debatidos e consoante as divergentes opiniões de dois em dois meses
eram feitas umas eleições electrónicas, altamente controladas, em que as
pessoas votavam na sua ideia favorita sobre cada problema abordado nos últimos
dois meses. Assim a democracia deixava de ser à base de pessoas mas sim de
ideias. Em vez de um leitor ter que se decidir entre partidos e estereótipos vendo
qual destes tem mais soluções que lhe agradam, pode apenas votar nas soluções
que mais lhe agradam sem ter que, forçosamente, prescindir de umas para pôr em
prática outras. O problema de haver um primeiro - ministro é que este é eleito
consoante a qualidade das suas ideias no momento da campanha, mas depois, os
problemas são outros e ninguém garante que as soluções mantenham a sua
qualidade. Nesta democracia à base de ideias ele não seria eleito, apenas as
suas ideias, e na altura em que as suas ideias se tornassem menos boas, haveria
outro, que se lembraria de uma solução mais eficaz. Cada pessoa tem a sua
especialidade nos problemas que resolve na vida, é irresponsável e imaturo
entregar um país inteiro a um ser humano.
Estas eleições de dois em dois meses podem parecer dispendiosas, mas não seriam de todo, era tudo feito com um sistema de alta segurança electrónico ou, se isso não fosse possível, era feito como as eleições são actualmente. Sempre era menos
dispendioso fazer eleições de dois em dois meses do que ter que pagar todos os
gastos que o governo e partidos concorrentes fazem, quer em campanhas, quer no
seu dia-a-dia. Para além da sua politica, esta nova democracia seria
economicamente mais vantajosa.
É claro que sempre surgiu um problema quanto a este tipo de politica que está acente no facto do povo não ter conhecimento para ver para além do seu bem e pensar num bem maior. Isto só seria possível com uma reformulação profunda do sistema de ensino e das mentalidades. Assim iriamos criar uma geração com base no conhecimento, honestdade e sabedoria.
Sabemos que a politica surgiu como sendo uma ideia e não uma pessoa. Deixemos a necessidade de termos um governo. Assim esta nova democracia é ainda mais democrática
porque, em vez do povo eleger alguém, elege todas as ideias dessa entidade. É
um maior controlo, e estes cidadãos pertencentes ao centro de debate, os
supostos “substitutos do governo” iam-se apenas ocupar de colocar hipóteses de
solução. A mim parece-me um sistema viável, seguro, justo, honesto e evoluído.