segunda-feira, 5 de março de 2012

Falando de metafísica, Parte 1 - A natureza, a vida e o sonho. Acordar

Esta sim, esta noite. O velho treme com lágrimas nos olhos. É estranho relembrar que o infinito existe e que estamos diante dele. Os pensadores do mundo permanecem com a sabedoria roubada. Com sonhos vividos, vidas realizadas, a chorar de alegria. Eu adorava dizer-vos como foi este dia, mas ninguém me disse, é incrível a maneira como a beleza paralisa o cérbero. O cérebro paralisa a boca, e a boca o mundo. O mundo fica quieto, por momentos, o tempo para o infinito. Ver o infinito a aproximar, começar a senti-lo e vê-lo a passar. Ver a destruição. Ver a construção. Ver um riso. É lindo ver uma pessoa crescer. O coração a bater. Ver uma árvore crescer. O tempo deste momento espontâneo é fascinante. Observar a natureza é uma espécie de sonho. Um sonho no sentido de estarmos lá mas não podermos fazer nada. Como observar uma peça, estamos dentro da história mas não participamos nela. Mas adoramos a ideia de que ela tem o seu próprio ciclo. Esse ciclo é-nos essencial para a nossa sobrevivência. Esse segredo escondido da natureza. Ninguém sabe de onde vem, mas está lá. E admiras esse segredo, mesmo não sabendo o que é, ou seja, não sabes o que admiras. Quando descobrires o que admiras, consegues entender qual é o teu objectivo vital e quem realmente és tu. E aí percebes o teu caminho e segues a tua natureza. Descobri-la é possível. Mas é um processo extremamente complexo na medida em que tu tentas recuperar a natureza. É mais difícil recuperarmos o que deitamos fora, o que retraímos, do que aquilo que nos é novo. Voltar a agarrar a nossa natureza parece um processo desinteressante em algumas sociedades, mas é essencial. A natureza do tudo, a natureza da existência. O verde da liberdade e da morte espontânea. Precoce. O viver o momento. Viver a alegria e o sofrimento. Viver a loucura que não existe. Se olharmos para o facto dos nossos sentidos nos enganarem, vemos que podemos estar a construir uma realidade que não existe. Podemos ver o que não é, sentir o que não é, estarmos iludidos do que pensamos ser a realidade. Aquela pensamos ver e viver. Tal como quando sonhamos pensamos ver uma realidade que não existe. Nunca pensou se a sua vida não seria apenas um sonho? Se isto não é tudo apenas uma ilusão da realidade? Se entrarmos na perspectiva metafísica que a vida é, de facto um sonho, é interessante. O nosso medo tremendo da morte, do fim da vida, do fim de um sonho, é difícil acordar quando se dorme, então se o nosso sonho for curto ainda mais. É difícil ter uma vida curta, é difícil ter uma noite curta. Mas no sonho existe uma intensa realidade, em que tu pertences mesmo ao sonho. Tal como, quando vives tu estás completamente focalizado no objectivo de aproveitar de forma positiva a tua existência. Mas se o sonho é impossível de controlar, estarei a sugerir que as nossas vida, sendo sonhos, não serão possíveis de controlar? Tal como nós pensamos estar a controlar um sonho? Estamos a pensar controlar uma vida que na realidade não estamos? Tal como um individuo, durante uma vida tem inúmeros sonhos, um vida é um sonho em que a essência do individuo dentro de ti tem imensos. Durante a sua existência. Isto é uma linha de pensamento que é interessante ser partilhada. Se a vida é um sonho, então talvez seja necessário acordar. Como acordar? O que é acordar?

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